Há muitos anos que, em S. João do Estoril, se ouve falar na obrigatoriedade do encerramento da passagem de nível e que isso obrigará à construção de uma via alternativa, de acesso rodoviário, entre a Estrada Marginal e o lado norte da linha férrea.
Durante muitos anos, prevaleceu a teoria de que a referida estrada (com 4 faixas de rodagem) iria ligar a Marginal à rotunda junto ao liceu, através de um túnel sob a linha do comboio, cortando a Quinta da Carreira a meio. Ideia, que naturalmente nunca nos agradou.
Entretanto, com a construção do parque de estacionamento e o Parque Urbano da Quinta da Carreira, já em fase adiantada, é fácil perceber que esta teoria caiu por terra e que jamais “nascerá” ali uma estrada.
E quando tudo parecia estar estabilizado, eis que surge com grande alarido, nas redes sociais, uma imagem de um alegado projeto da IP – Infraestruturas de Portugal, afirmando o autor, que estaria iminente a construção de uma estrada que ligaria a Marginal à Quinta da Carreira, cortando a meio o Skate Parque, o que traria como natural consequência um indesejável aumento do fluxo rodoviário para o interior do bairro.
Perante este cenário, a AMQC – Associação de Moradores da Quinta da Carreira, solicitou uma reunião ao Sr. Vereador Nuno Piteira Lopes, responsável pelo pelouro do urbanismo da Câmara Municipal de Cascais, no sentido de aferir da veracidade do alegado projeto da IP e da posição da CMC acerca desta informação.
Nesta reunião, o Sr. Vereador, informou-nos que “a referida imagem não passa de um estudo embrionário que a IP apresentou à CMC”, que este “está em fase de apreciação” e que “independentemente da maior ou menor vontade da IP em concretizar o que está exposto nessa imagem, os moradores da Quinta da Carreira terão de ser ouvidos e a CMC estará totalmente alinhada com a vontade dos mesmos, seja ela qual for”.
Nuno Piteira, acrescentou que “um processo destes, a ser concretizado, demora vários anos pois necessita de passar por um estudo prévio, vários níveis de projeto, concurso público e, naturalmente, muito dinheiro público”.
No mesmo sentido, o Sr. Presidente da Junta, Pedro Morais Soares, também presente na reunião, demonstrou toda a solidariedade com os moradores da Quinta da Carreira, disponibilizando-se para acompanhar de perto todo este processo e tudo fazer para garantir que prevalecerá a vontade expressa pela população local.
Perante o exposto, a Direção da AMQC, entende que, seja em túnel ou à superfície, a solução agora em estudo, comprometerá a circulação rodoviária na Quinta da Carreira e terá impactes extremamente negativos na qualidade de vida dos moradores. Será um “solução” que a ninguém servirá e que, provavelmente, até nem se justifica atendendo à proximidade dos atravessamentos actualmente existentes, no Estoril e em S. Pedro que, na prática, já são utilizados diariamente pela grande maioria dos que cá moram.
Quanto à suposta obrigatoriedade de encerrar a passagem de nível, não é claro que esta seja necessária e, caso se venha a confirmar, deverá, aí sim, ser criado sob a mesma, um atravessamento desnivelado em rampa para utilização exclusivamente pedonal.
Foi ainda solicitado ao Sr. Vereador que, independentemente de se vir a encerrar a passagem de nível, ou não, a CMC ponha em prática as propostas apresentadas pela AMQC *, no sentido de minimizar os perigos decorrentes do atravessamento pedonal neste local, tendo este assumido o compromisso de as por em prática com a maior brevidade possível e dentro das suas competências.
Por último, importa referir que, caso este processo continue a avançar, a AMQC irá fazer tudo o que estiver ao seu alcance para ouvir a opinião dos Moradores da Quinta da Carreira e fazer respeitar a vontade por estes demonstrada.
Queremos acreditar que este alegado projeto não passa de um processo de intenções registado num papel e que a referida estrada não passa de uma estrada de papel e que dai nunca sairá.”
Consulte versão online em:
, ou versão impressa.
* Ver propostas presentadas pela AMQC em – https://issuu.com/merito_da_palavra/docs/ncascais_n73/12